sexta-feira, 11 de junho de 2010

Impressões do sol nascente

Por Jacob Klintowitz
A rua está deserta. Longas avenidas cinzentas, papéis imóveis na calçada, os luminosos estão apagados. Já terá amanhecido? Ou é a noite que tarda a chegar? As vitrines estão cerradas e são uma procissão as placas anunciando os nomes das lojas. Ou são pequenas asas de anjos. Uma rua sucede outra e estão todas vazias e não há um único letreiro aceso. Um jornal, com a ajuda do vento, exibe as suas páginas. É estranho este jornal. O céu está tão indefinido. O vento empurra um papel e ele parece um animal ferido. Uma tabuleta de coletivo: 420 - 235 - 308 - 502. Outra: 105 - 202 - 310 - 110. Não tardará a amanhecer e eu não ouso me perguntar: como é possível?

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