segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Para ler e comer "Mil dias na Toscana"

Na viagem de julho para a Costa do Sauípe não quis levar “As correções”, do Jonathan Franzen, é um livrão pesado pra carregar na mala e eu queria uma leitura mais leve também. Assim, comprei, no aeroporto de Salvador, “Mil dias em Veneza”, da jornalista e chef Marlena de Blasi, sem grandes expectativas. Pois me apaixonei e, na volta, depois de terminar “As correções” (um dos melhores livros que li), devorei o livro posterior dela, “Mil dias na Toscana”, que é ainda mais bonito. E comprei agora “Um verão na Sicília”, vou ler depois de “2666”, do Roberto Bolaño e de "O segredo de Frida Kahlo", de Francisco Haghenbeck, que já estavam na fila...
A Marlena tem o dom pras panelas e as palavras e dá dicas de comidas maravilhosas. Neste sábado testei assar uma ave com folhas de repolho, bacon e maçãs inteiras na fôrma. Usei repolho roxo, que combina muito bem com qualquer ave, e usei frango caipira. Ficou estupendo de tão bom. A foto não ficou bonita, mas dá pra ter uma ideia do prato. A carne fica super macia e a combinação com o repolho tostado e as maças suculentas é perfeita.
Vejam o trecho do livro com a dica do prato, que é com faisão, mas ficou ótimo com o frango também, caipira, sempre caipira, frango de granja não vale!
Pupa diz que assou os faisões enrolados em folhas de repolho, cada um amarrado pelo meio com uma fatia grossa de pancetta, e que as untou apenas com seu escasso e substancioso caldo. Mas, embaixo dos faisões, encontramos maçãs assadas ainda inteiras, as cascas quase explodindo, os aromas de sua polpa macia encantando o ar.
- Durante o cozimento – explica Pupa -, o repolho e a maçã mantém umedecidas a carne das avez, que costuma ser seca. ‘É un Vecchio trucco’, um velho truque, para assar coelhos, codornas e outras aves selvagens. O sabor da carne é intensificado pelo suco doce das maçãs que estão por baixo, enquanto o sabor defumado do bacon penetra pela parte de cima.
“Mil dias na Toscana”, de Marlena de Blasi – Editora Sextante, RJ, 2010.