sábado, 19 de junho de 2010

A tarde

Por Jacob Klintowitz
Recolheu o desenho e começou a explicá-lo para a mulher. Este entusiasmo sempre a emocionara. Colocou a mão no seu braço e o considerou com ternura. Ele explicou como seria com cor. Olharam-se com alegria e ela repetiu mais uma vez, para si mesmo, que o amava. Raios de sol os tingiam de pequenas luzes.
Ele foi o primeiro a acordar e riram um para o outro. Lembrou uma frase que se ajustava ao que haviam comentado. Era uma boa frase e ela ficou satisfeita. O seu olhar perdeu-se nas manchas de sol e acendeu um cigarro. Falaram sobre esses dois dias e ele voltou a considerar o pequeno desenho e a sua idéia de estrutura. Ela segurou o desenho com o braço estendido e o olhou. Tudo estava manchado de luz. Sentiu que era bom amá-la e que ela era uma boa mulher.
Tomaram café na confeitaria de sempre. Ainda se acenaram antes dela dobrar a esquina, e ele acendeu um cigarro e caminhou para o atelier.

Nenhum comentário:

Postar um comentário