quinta-feira, 29 de abril de 2010

Gustavo Rosa, a penúltima visão da realidade


Ganhei este livro de meu amigo Jacob Klintowitz e é uma das belas obras que ele já publicou sobre arte. Jacob tem mais de 100 títulos no mercado, um melhor do que o outro. Publico um trecho para leitura:
"O mundo pictórico do artista é afastado do drama e da tragédia e instala um contexto de suavidade primaveril que, para alguns, pode parecer um delírio. O permanente humor delicado e os componentes cotidianos de sua arte nos lembram algumas lições da sabedoria oriental ao rejeitar o mundo da ilusão como coisa perene: rir um pouco, registrar os componentes da vida cotidiana, equivaler todas as coisas e elementos pictóricos, tratar da mesma maneira um brinquedo, um homem e um pássaro, é uma maneira de dizer que o universo tomado em si mesmo é uma ilusão e que não se deve dar tanta importância aos fatos cotidianos. Não se trata do melhor mundo possível, pois isto implicaria em uma teologia profunda, mas simplesmente de um mundo existente que é fugaz e dura o tempo de um suspiro. Para o artista, a ilusão do real humano enquanto totalidade equivale a todas as outras ilusões. O que ele manifesta no humor delicado e compreensivo com que trata seus personagens. A fama, o poder, a fortuna, a beleza, são importantes, mas temporários. Contudo, o cuidado extremo de sua pintura, o empenho na busca da qualidade, está a nos dizer que, entre tudo, não devemos esquecer de cultivar o nosso jardim, como queria Voltaire.”

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