quinta-feira, 24 de junho de 2010

Onipotência

Por Jacob Klintowitz

A consciência de que o gesto gera à sua volta gestos complementares que, por sua vez, agem sobre os próximos gestos, sofrendo, desta maneira, ações de justaposições de imediatas consequências periféricas e, em círculos concêntricos, repercutirão na qualidade do existente, trouxe a um homem a noção de seu poder, a partir deste momento, o maior do planeta.
No início ficou imóvel, temeroso de suas atitudes. Na sua imobilidade permitia-se apenas meditar no gesto e suas consequências, as atitudes e a sua multiplicação, as variantes e a sua exponencialidade. Com os anos a sua análise alcançou a perfeição. Decidiu, então, alterar a qualidade do existente com o gesto mais apropriado para isto.

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