quinta-feira, 29 de abril de 2010

Gustavo Rosa, a penúltima visão da realidade


Ganhei este livro de meu amigo Jacob Klintowitz e é uma das belas obras que ele já publicou sobre arte. Jacob tem mais de 100 títulos no mercado, um melhor do que o outro. Publico um trecho para leitura:
"O mundo pictórico do artista é afastado do drama e da tragédia e instala um contexto de suavidade primaveril que, para alguns, pode parecer um delírio. O permanente humor delicado e os componentes cotidianos de sua arte nos lembram algumas lições da sabedoria oriental ao rejeitar o mundo da ilusão como coisa perene: rir um pouco, registrar os componentes da vida cotidiana, equivaler todas as coisas e elementos pictóricos, tratar da mesma maneira um brinquedo, um homem e um pássaro, é uma maneira de dizer que o universo tomado em si mesmo é uma ilusão e que não se deve dar tanta importância aos fatos cotidianos. Não se trata do melhor mundo possível, pois isto implicaria em uma teologia profunda, mas simplesmente de um mundo existente que é fugaz e dura o tempo de um suspiro. Para o artista, a ilusão do real humano enquanto totalidade equivale a todas as outras ilusões. O que ele manifesta no humor delicado e compreensivo com que trata seus personagens. A fama, o poder, a fortuna, a beleza, são importantes, mas temporários. Contudo, o cuidado extremo de sua pintura, o empenho na busca da qualidade, está a nos dizer que, entre tudo, não devemos esquecer de cultivar o nosso jardim, como queria Voltaire.”

terça-feira, 27 de abril de 2010

Ruy Castro participa de projeto comunitário de leitura no RJ

Meu amigo Ruy Castro é o convidado do Ciclo Leitura em Ação, que integra o projeto Espaço de Leitura, criado pela Ação da Cidadania para levar a literatura às camadas mais pobres da população, com a doação de bibliotecas móveis a comunidades do Rio, que funcionam sob a responsabilidade dos integrantes dos comitês locais. É hoje, às 18h30, e o tema: “Leituras de futebol: a hora e a vez de ler Garrincha”. Ruy lerá um trecho de seu livro Estrela Solitária - Um brasileiro chamado Garrincha. A notícia completa está no site da PublishNews.
E na terça-feira, dia 04, Ruy estará em Porto Alegre para uma palestra de abertura do seminário sobre Nelson Rodrigues. Leia a notícia hoje na Zh.
No mês passado li um livro do Ruy Castro que eu ainda não tinha lido, Era no tempo do rei, o primeiro romance dele e adorei. O texto é aquele que a gente já conhece das biografias famosas do Ruy, como O anjo pornográfico, ou seja, saboroso, preciso, bem construído. A trama ele inventou a partir de uma base documental construída em exaustiva pesquisa histórica, o que já é sua marca registrada. Assim nasceu o perfil adolescente de D. Pedro I e seu amigo Leonardo numa história cheia de aventuras e informações da época, uma delícia de livro.
Leia mais (e pode comprar) no site da Livraria Cultura.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Capas de livro com papelão reciclado


Sábado à tarde fiz uma oficina de confecção de capas de livro com papelão, ministrado pela artista plástica Lúcia Rocha, de São Paulo. Super bacana, a atividade foi promovida pela FestiPoa Literária 2010, na Praça da Alfâdega, na rua mesmo, e quem, queria parava pra ver ou pra botar a mão na tinta. A oficina faz parte do projeto Dulcinéia Catadora, e o papelão é todo reciclado. O legal da coisa é que eles usam todo o papelão, não precisa ser uma parte lisa, aliás, eles até preferem que se deixe a grafia das caixas, os furos, as marcas do grampos, das fitas adesivas e se pinte por cima ou usando as grafias como elementos da capa. Lúcia ensinou também como costurar o miolo do livro. Claro que, depois da aula, você chega em casa e viaja na confecção da sua capa, pois vale tudo. Eu já vou usar outras aplicações, com colagem, outras tintas, e fitas coloridas para amarrar o miolo, etc. Quando tiver alguma capa bem bonita pronta eu faço uma foto pra postar aqui no blog.

sábado, 24 de abril de 2010

Torteloni de nozes com molho gorgonzola

Que felicidade, encontrei aspargos verdes frescos no Nacional da Wenceslau Escobar, por R$ 7,40 o feixe. E já comprei mais um de aspargos brancos. Fiz os verdes no jantar de sexta, para acompanhar tortelonis de nozes e de funghi, com molho gorgonzola e molho de tomate, respectivamente. Eu já tinha pronto o molho de tomate, que precisei usar, pois meu freezer ficou com a porta semi-aberta da noite de quinta para sexta e descongelou tudo... odeio quando acontece isso ou quando falta luz e demora a voltar (em geral no verão escaldante aqui de Porto Alegre) e descongela tudo também, é um inferno. Inevitavelmente tem comida que vai pro lixo e fico furiosa, pois sempre aproveito tudo da geladeira. Dessa vez se foram duas bandejas de peixe, de traíra e de tilápia (lamentei mais pela traíra, pois com a tilápia fiquei desconfiada depois da palestra sobre menopausa, a nutricionista afirmou que os peixes de criatórios são cheios de hormônios, etc: leia o post).
Os tortelonis eu comprei prontos, congelados (também estavam no freezer que pernoitou aberto...), no Mercado Público, na banca de produtos coloniais, bem no miolo do grande templo gastronômico. Pra mim, ir ao Mercado Público é terapia. O pacote com 500gr. custou R$ 6,90, raso de barato, pois é de primeira mesmo! Tem também no Machry, aqui na Zona Sul, mas o mesmo pacote custa R$ 11,38...
Veja a receita do molho de gorgonzola, que é ridículo de tão fácil de fazer e combina super bem com o torteloni de nozes: perfeito pra um jantar prático e maravilhoso.
RECEITA
Molho de gorgonzola
INGREDIENTES
Quatro colheres de sopa de requeijão cremoso
Um pedaço equivalente a três colheres de sopa de queijo gorgonzola
MODO DE FAZER
Numa panelinha de ferro com tampa, aqueça o requeijão e logo acrescente o gorgonzola e deixe derreter. Apague o fogo e junte os tortelonis de nozes já cozidos, misture delicadamente e tampe. Leve à mesa na panela. Serve até quatro pessoas.
Acompanhamos de um Carmenere, que é uma uva que eu adoro.
Dica: Você pode substituir o requeijão por creme de leite, use o que tiver em casa.
O cozimento dos tortelonis: você leva uma panela com bastante água para ferver e coloca todo o pacote na água fervendo (os tortelonis ainda congelados mesmo), espera levantar novamente a fervura e está pronto. Retire com uma escumadeira funda, aos poucos, com cuidado pra não arrebentar os tortelonis, e vá colocando direto na panela do molho.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

A arte faz parte do ser humano desde a mais tenra infância

Coluna de Ricardo Silvestrin publicada hoje no jornal Zero Hora
Uma grande pergunta
Estava conversando com uma turma de alunos de primeira série. Hoje, primeira série é formada por crianças de cinco e seis anos. Tinham trabalho com alguns poemas meus do livro Pequenas Observações sobre a Vida em Outros Planetas.
Convidei-os a encontrar comigo a palavra sim escondida dentro de outras palavras no poema Planeta Sim. Disse o poema: “No Planeta Sim, tudo é sempre assim:”. Logo disseram sim dentro do assim. Segui: “- Pai, posso não sei quê?/A resposta é simples: sim.”. Disseram as crianças: sim dentro do simples, no começo da palavra. Continuei: “- Mãe, eu quero isso e aquilo:/sim, sim, sim.”. Falei que agora viria o sim disfarçado, passando por dentro de outras palavras: “É um sim sem fim.”. Mostrei que, no sem, o sim colocou um e na frente do i e passou disfarçado. E, no fim, o sim botou um f na frente do s e passou escondido. Agora disse que o sim viria de costas, com o contrário dele: “Tem outra resposta/no Planeta Sim?/Não.” O não, o outro lado do sim.
Falei isso tudo para mostrar a eles a sonoridade das palavras. A escola e a cultura parecem ouvir e nomear só a rima. Só fim da palavra. Como se as palavras tivessem som apenas no final. Também estava mostrando a relação entre som e significado. O poema do Planeta Sim era todo criado com a palavra sim e seu som. Isso depois de responder a várias perguntas de como se faz um poema, de onde se tira as ideias. Mostrei que todo poema nasce, antes de mais nada, da criatividade com as três partes da palavra, o significado, o som e o desenho. Mas, sobretudo, pelas surpresas com o sentido, com as ideias.
Chegou um momento em que as perguntas eram quase sempre a mesma: como é que uma pessoa faz isso? Eu disse que não sabia como nem por quê. Apenas fazia e gostava. Até que uma das perguntas foi de uma profundidade que me fez comprovar mais uma vez que a arte é algo do ser humano. Seja ele de que idade for. Não se vive sem uma forma de arte porque é algo que nos constitui como indivíduos. Não é apenas um lazer ou um prazer, mas uma questão pela qual temos o maior interesse.
A pergunta do piá de cinco ou seis anos foi se eu descubro essas coisas ou as invento. Repare na sutileza entre descobrir e inventar. Depois de acordar do transe, da surpresa, respondi que faço as duas coisas. Por exemplo, achar a palavra sim dentro de outras palavras é uma descoberta. Estava ali para ser descoberto. Já criar poemas como o Planeta Poft, em que começo assim: “Em Poft, o pum é perfumado.”. Isso é invenção. Nunca fui a esse planeta. Eu o inventei.
O colégio dessa vez era o Anchieta. Mas questões assim têm aparecido em todas as escolas por onde ando. Falamos de poesia. Conversamos sobre estética, sobre arte. Porque existe também uma inteligência artística, para formular de uma maneira que está na moda.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Em busca do feminino perdido

Li esta matéria na revista Bons Fluídos de março, e traz uma análise bem interessante do universo feminino a partir da mitologia.
"Aqui estamos nós, mulheres, com direitos que jamais tivemos em toda nossa história. Ao mesmo tempo, a ampliação dos nossos inúmeros papéis, distribuídos em duplas ou triplas jornadas, nos rouba a vontade e o tempo necessários para entrarmos em contato com o nosso lado feminino mais profundo. Veja o que perdemos com isso e qual será a mudança que teremos de realizar para transformarmos de vez essa realidade".
Vale a pena ler toda a matéria, acesse o link da revista.
E a edição ainda oferece um teste pra você saber qual o seu perfume ideal, bem bacaninha. Olha o que deu o meu resultado:
Família Oriental. Você é misteriosa, hipnótica e dinâmica, e gosta do jogo da sedução. Seu charme é contagiante e você tem consciência do seu poder. Orgulhosa e imprevisível por natureza, você se supera em situações inesperadas e desafiadoras. Seu perfume espelha seus desejos. Você tem uma predileção à família oriental. Você gosta dos tons de baunilha, âmbar, incenso e sândalo, e arrisca a usar fragrâncias com caráter. Você convida as pessoas ao seu redor a entenderem você. Elas precisam estar preparadas para viajar com você pela trilha do seu perfume.
Perfume indicado: Kenzo (Flower by Kenzo).

domingo, 18 de abril de 2010

Hermès e Gap usam papelão na vitrine

Em Milão, personagens de fábulas e contos de fadas saíram dos livros para ganharem formas e cores em vitrines da Hermès. Ilustrações originais das obras, como "Os Três Mosqueteiros" e "Alíce no País das Maravilhas", foram dispostas ao fundo de desenhos coloridos de animais.
Leia a notícia no site Usefashion.