F I O DE A Z E I T E, F I O DE C O N T A S, F I O DE P A L A V R A S Variedades e dicas de cozinha para enfrentar o sufoco cotidiano.
sexta-feira, 2 de abril de 2010
Comer mal é um vício ou temos escolha?
Reportagem da revista Época desta semana:
Um novo estudo sugere que a gordura cria dependência como cocaína e heroína. O guru da alimentação saudável dá 20 lições para evitar ser refém do lixo alimentar
Francine Lima (texto) e Sattu (ilustrações)
Quando alguém menciona drogas viciantes, o que vem à mente são substâncias ilegais como cocaína, crack ou heroína. Pelo que se sabe, não há níveis seguros para o consumo dessas drogas. A orientação é ficar longe delas. Desde a semana passada, a ciência médica acrescentou à lista de produtos capazes de provocar dependência algo assustadoramente próximo de nós: a comida gordurosa. Um estudo com ratos publicado na revista Nature Neuroscience sugere que o consumo de alimentos ricos em gordura leva ao desenvolvimento de um tipo de dependência parecida com a que afeta os viciados em cocaína ou heroína. O cérebro dos ratos superalimentados, assim como nos dependentes químicos, apresenta uma queda acentuada nos níveis de substâncias responsáveis pelas sensações de prazer, conhecidas como receptores de dopamina. Com menos receptores, o organismo precisa de quantidades de gordura cada vez maiores para que o cérebro registre satisfação. É o mesmo mecanismo cerebral do vício humano em drogas. A pesquisa, feita apenas em ratos, confirmou em laboratório pela primeira vez aquilo de que muitos especialistas já suspeitavam: certos tipos de comida viciam.
“Espero que este estudo mude a maneira como muitos pensam sobre comida”, diz Paul Johnson, coautor do estudo realizado no Scripp Research Institute, da Flórida. “Ele demonstra como a oferta de comida pode produzir superalimentação e obesidade.”
Ao vincular dependência química à alimentação, a pesquisa divulgada na semana passada lança uma série de novas questões – e reanima velhos fantasmas – no debate sobre comida. Levada às últimas consequências, ela pode até mesmo sugerir que os consumidores são manipulados pela indústria do fast-food do mesmo modo como jovens são aliciados por traficantes na porta das escolas. Trata-se do tipo de estudo que traz alento àqueles que acreditam que somos reféns de uma indústria alimentar inescrupulosa, incapaz de manifestar uma preocupação genuína com a saúde – e afirmam que o cidadão precisa de regras quase policiais para controlar a comida, assim como precisa da polícia antidrogas.
A diretora do Nida (o instituto do governo americano contra o abuso de drogas), Nora Volkow, chegou a afirmar que o novo estudo ajudará a aplicar o conhecimento adquirido no combate à dependência química ao tratamento da obesidade. Depois de proibir o fumo e limitar o consumo e a propaganda de álcool, a brigada dos militantes pelo controle alimentar passa, portanto, a dispor de mais argumentos para defender restrições à batata frita ou ao churrasco. “É improvável que proíbam a picanha como fizeram com a cocaína”, diz o neurocientista Jorge Moll, coordenador do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino, do Rio de Janeiro. “Mas o experimento com ratos sugere que deixar de comer compulsivamente não depende só de força de vontade.”
Afinal, o que há de fantasia e de realidade nessa visão? Estaríamos indefesos diante da gordura como diante do tabaco – e seu consumo deveria ser restrito? Até que ponto a indústria alimentar tem tanto poder de controlar o que come o consumidor? Não é possível a cada um de nós, de acordo com nosso livre-arbítrio, escolher uma alimentação saudável e viver comendo bem?
Para responder a essas questões, é preciso analisar de perto as evidências científicas. Os próprios experimentos com ratos sobre o vício oferecem evidências ambivalentes. Em seu estudo, Johnson e seu colega, Paul Kenny, dividiram os animais em três grupos. O primeiro grupo foi alimentado com ração comum. O segundo teve acesso restrito a comida gordurosa, comparável à que encontramos numa lanchonete. O terceiro teve acesso quase ilimitado. Os ratos do último grupo se esbaldaram numa comilança compulsiva. Ao final de 40 dias, estavam mais gordos e, além do maior peso, foi observada alteração nos centros cerebrais de prazer similar à de ratos drogados com substâncias como cocaína e heroína.
Os militantes passam a ter mais argumentos para defender restrições à batata frita e ao churrasco
ORGÂNICO
Ele é contra qualquer comida que nossos avós não reconheceriam como tal. Mas isso deixa muita coisa saudável de fora Mas outra experiência realizada em 1981, também com ratos e tóxicos, lança outra luz sobre o tema. Ela foi conduzida pelo psicólogo canadense Bruce Alexander, da Universidade Simon Fraser. Alexander construiu um verdadeiro parque de ratos, com 8,8 metros quadrados. O lugar era aquecido, com brinquedos coloridos e bastante espaço. Os ratos do parque e outro grupo de ratos – estes engaiolados – receberam água com morfina por 57 dias, até ficar viciados. Depois, passaram a ter água pura como opção. O grupo enjaulado continuou consumindo água com morfina. Os ratos do parque reduziram gradualmente o consumo da droga. Apesar dos sintomas de abstinência, quando recebiam água com morfina, preferiam beber água pura. Alexander usou a experiência para demonstrar que, num ambiente saudável, os ratos – e por analogia talvez as pessoas – conseguem se livrar mais facilmente de um vício. Basta ter condições de fazer a escolha certa.
Convivemos com substâncias potencialmente perigosas o tempo inteiro – álcool, tabaco, remédios e uma infinidade de substâncias ilegais –, sem que nos tornemos necessariamente reféns delas. Com a comida não é diferente: tudo depende das escolhas individuais e das circunstâncias. Há diferentes predisposições ao vício, diz o psiquiatra Marcelo Niel, da Universidade Federal de São Paulo. Alguns podem usar drogas recreativamente sem se viciar, outros ficam totalmente dependentes. Essa diferença depende de componentes genéticos e ambientais, ainda não completamente esclarecidos. O comportamento compulsivo seria uma válvula de escape para ativar centros de prazer. “Em alguns pacientes que comem compulsivamente, se tiramos a comida, eles podem desenvolver sintomas psiquiátricos mais pronunciados”, diz Niel.
Há, portanto, uma dose de oportunismo nas comparações entre gordura e drogas e na defesa de restrições draconianas à indústria alimentar. O ativista americano Michael Pollan ficou conhecido com o livro O dilema do onívoro como um dos maiores críticos da forma como é feita a comida que chega a nossa mesa. Pollan e o italiano Carlo Petrini, fundador do movimento Slow Food (o oposto do fast-food), afirmam que a indústria não para de nos empurrar porcarias goela abaixo. Mas mesmo Pollan acredita que, para combater a obesidade e a má alimentação, o melhor caminho é respeitar o livre-arbítrio. Em seu novo livro, Food rules (Regras da alimentação), lançado nos Estados Unidos no final de 2009, ele sugere que retomemos o controle de nossa vida alimentar por meio da cozinha tradicional, que nos foi legada por nossos pais e avós.
O trabalho de Pollan fornece um dos alicerces do movimento global pela revalorização da comida natural. Ele se propõe a responder a uma questão pertinente à alimentação em qualquer país industrializado: abandonar os modos antigos à mesa e ceder às novidades do mundo moderno faz bem ou faz mal à saúde? Ele já tinha vendido até a semana passada mais de 700 mil exemplares nos EUA. O livro, que não tem data para sair no Brasil, se organiza em torno de 64 frases que qualquer adolescente instruído é capaz de entender (20 delas estão reproduzidas no fim da página). Nos textos curtos que acompanham cada regra, Pollan faz parecer que ninguém precisa acompanhar o noticiário científico nem ouvir nutricionistas para fazer escolhas alimentares certas. Para ele, comer bem é mais simples do que a brigada policial da nutrição ou a indústria querem que a gente pense. Basta se guiar pelas tradições, confiar na cultura alimentar passada de mãe para filho e abandonar tudo o que cheire a ciência moderna como principal referência quando se trata de comida. “Ao longo de quase toda a história da humanidade, os homens acharam a resposta sobre o que comer sem a ajuda de especialistas”, diz Pollan.
Em seu livro anterior, Em defesa da comida, Pollan defendia uma tese parecida. Para ele, a divulgação fragmentada das descobertas da ciência sobre o papel dos nutrientes na saúde humana confunde mais do que ajuda. Ele chama isso de “nutricionismo”. A indústria, afirma Pollan, aproveita as descobertas científicas da semana e lança no mercado alimentos com substâncias pretensamente mágicas. Esse posto já foi da gordura ômega 3, presente naturalmente em peixes como salmão e adicionada artificialmente em algumas marcas de óleo de cozinha. O argumento científico subjacente é que, segundo algumas pesquisas, o consumo do ômega 3 está associado à redução de doenças cardiovasculares. Mas a indústria não diz, segundo Pollan, que a substância não faz milagres sozinha, sobretudo quando integrada a uma dieta desbalanceada. “Quem se preocupa com a saúde provavelmente deveria evitar produtos que fazem alegações quanto a benefícios para a saúde”, diz Pollan.
Iniciada no exterior, a pregação pela alimentação tradicional e natural já chegou ao Brasil. A paulistana Ceni Salles é uma das primeiras brasileiras a investir nela. Em sua infância, numa chácara em Suzano, na região rural do Estado, conviveu com 1.200 espécies de vegetais. Nos anos 80, criou um restaurante natural, Cheiro Verde, e depois uma loja de alimentos orgânicos, o Empório Siriuba. Nos últimos anos, diante da demanda, especializou-se em prestar consultoria para restaurantes e hotéis, montando cardápios. Hoje, é uma das líderes do movimento Slow Food no Brasil. “Adoro os livros do Pollan”, diz ela.
Há duas semanas, o encontro Terra Madre reuniu em Brasília 700 produtores, chefs famosos e pesquisadores da área de alimentos. Eles pregam a convivência entre produtores e consumidores. “Somos todos coprodutores”, diz Ceni. “Nossas escolhas como consumidores orientam o mercado produtor.” Diversas organizações estão se mobilizando para promover o consumo consciente de alimentos. Numa pesquisa do Datafolha divulgada no mês passado, 75% dos pais de crianças entre 3 e 11 anos afirmaram estar preocupados com a qualidade da alimentação dos filhos e com a enorme oferta de guloseimas industrializadas.
Embora tenha seus méritos, a tese anti-industrial de Pollan resvala no radicalismo. Não existe, na vida real, uma divisão absoluta entre o tradicional e o inovador ou entre o natural e o industrializado. A indústria de alimentos não é homogênea. Cada empresa trabalha de acordo com valores diferentes. Não é difícil encontrar, no mesmo supermercado, exemplos de alimentos bons e ruins para a saúde. Ao contrário do que reza o radicalismo de Pollan, produtos inovadores inimagináveis no tempo de nossas avós não são necessariamente nocivos. Tampouco o contrário é verdadeiro. Feijoada completa e leitão à pururuca, embora tradicionais e deliciosos, não são os pratos mais saudáveis em qualquer cardápio.
A industrialização dos alimentos contribuiu para melhorar a saúde. O médico nutrólogo Durval Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia, afirma que a industrialização aumentou a expectativa de vida no mundo ocidental. Em 1900, a longevidade média no Brasil era de 44 anos. Hoje, é de 72, com o aumento da obesidade. Antes da industrialização, todos os alimentos estavam à mercê do tempo e apodreciam mais rapidamente. Nem todos sabiam o momento certo de jogar a comida fora. “A insegurança alimentar predominava”, diz Ribas. No contexto em que se misturam boas e más inovações, a contribuição de Pollan é nos alertar para a necessidade de escolher com cuidado aquilo que comemos. A melhor maneira de comer, aquela que permite evitar a obesidade e preservar a saúde, é escolher o que há de melhor entre as várias opções. Da comida feita no fogão a lenha à prateleira do supermercado, hoje há mais chances de escolher alimentos de qualidade. Ninguém precisa consumir a gordura que provoca obesidade e dependência química em ratos. A informação sobre a indústria de produção e distribuição de comida é a melhor forma que temos para exercer de maneira saudável nosso direito de escolha e nosso livre-arbítrio. Ela ainda é nossa melhor arma contra qualquer vício.
quarta-feira, 31 de março de 2010
Sarau literário no Iaiá Bistrô

Estava muito concorrido o sarau da Cris Macedo ontem à noite no Iaiá Bistrô. Poemas de Renato Mattos Motta e as delícias da cozinha de Daniela Craydi. Acesse o site do Iaiá pra conferir - e tem novidades no cardápio, como a Galinhada com Pequi e as novas cervejas artesanais. O bolinho de peixe continua dos Deuses.
terça-feira, 30 de março de 2010
Receitas da França em sua casa
Rejane Martins dá a dica da chef Valérie Lafay que está atendendo encomendas de seus produtos e também organiza eventos exclusivos.
A partir de receitas da culinária tradicional francesa, com especial atenção aos temperos dos campos provençais, a chef oferece pastas, terrines, quiches e clafoutis para você ter em casa e saborear em família ou com amigos. Os preços são muito acessíveis e variam entre R$ 13 e R$ 30 + taxa de entrega, que varia conforme a região. Os produtos são frescos e preparados sob encomenda no mesmo dia do pedido, por isso a entrega deve ser programada com antecedência. Não trabalhamos com produtos congelados.
Encomendas pelo e-mail francecuisine2004@yahoo.com.br, celular (51) 9609 4990 ou tel.: 3061 1323.
Confira o menu atual:
Caviar d’aubergine – 250g – R$ 13,00
Tradicional receita provençal, esta pasta é condimentada e o uso das sementes de beringela lembram a textura do caviar. Usa-se sobre pães e torradas.
Caviar de courgette à la menthe – 250g – R$ 13,00
Mesmo processo e uso do caviar de beringela, mas com base de abobrinha verde e ervas frescas como base. O sabor é mais suave e marcado pelo perfume de hortelã.
Vinaigrette de légumes au curry – 250g – R$ 13,00
Uma vinagrete com consistência para ser servida sozinha, sobre pães, cuscuz, arroz ou folhas verdes. É leve e aromática. Entre seus ingredientes estão tomate, abobrinha verde, hortelã, cebolão, aipo, curry, iogurte e limão.
Dip éxotique – 250g – R$ 15,00
Uma pasta com criação exclusiva da chef. A base é mantida em segredo e é realmente inusitada com aroma e sabor fora do comum. Os temperos incluem curry amarelo, azeite de oliva, tomilho, segurelha, alecrim, açúcar de palmeira e pimenta.
Tapenade verte – 250g – R$ 16,00
A tapenade é uma receita típica da região de Provence, no sul da França. O nome desta pasta a base de azeitonas, anchovas, alcaparras e alho, vem de tapéno, que em provençal quer dizer alcaparra (câpres em francês).
Tapenade noir – 250g – R$ 18,00
Mesma receita da tapenade verde, porém com uso de azeitonas pretas.
Terrine de campagne - 400g – R$ 30,00
Terrina é um tipo de bolo salgado tradicionalíssimo na França em que se utilizam vários tipos de carne (porco, coelho, pato), muitas ervas e temperos. O resultado é irresistível, saboroso e consistente. Sobre uma fatia de baguete acompanhado por um bom vinho é uma excelente entrada ou petisco de fim de tarde. Para muitos, já é uma refeição.
Terrine de légumes - 500g – R$ 25,00
Para quem não come carnes, está é uma opção saborosa e igualemnte tentadora. A chef utiiliza legumes da estação, condimentados com ervas frescas e assados ao forno. Pode er consumida quente ou bem fria com pães. Neste caso recomenda-se espumante ou vinho branco para acompanhar.
Quiche Lorraine - (6 unidades) - R$ 30,00
A origem da quiche lorraine data do século XVI, na cidade de Lorraine, na França. O nome é influência do "kuchen" alemão, e denomina as tortinhas doces e salgadas feitas no formato da quiche lorraine e com a massa esfarelada que, na gastronomia francesa, recebe o nome de "pâte brisée" quando salgada e "patê sucrée" quando doce. A quiche Lorraine tem recheio de creme de natas e ovos, queijo, bacon e perfume de noz moscada.
Quiche provençal - (6 unidades) - R$ 25,00
Massa "briseé" assada em forminhas com recheio de creme de leite,ovos, pimenta e noz moscada sobre alho-poró, tomate, cebolas e ervas da Provença.
Clafoutis de ameixas vermelhas (8 fatias) R$ 25,00
Clafoutis é uma sobremesa típica da culinária tradicional francesa. Meio bolo, meio pudim, é uma torta delicada que costuma ser confeccionado com cerejas. No Brasil, a chef opta pela ameixa vermelha, mantendo o constraste de sua acidez com o doce do creme. Uma delícia.
A partir de receitas da culinária tradicional francesa, com especial atenção aos temperos dos campos provençais, a chef oferece pastas, terrines, quiches e clafoutis para você ter em casa e saborear em família ou com amigos. Os preços são muito acessíveis e variam entre R$ 13 e R$ 30 + taxa de entrega, que varia conforme a região. Os produtos são frescos e preparados sob encomenda no mesmo dia do pedido, por isso a entrega deve ser programada com antecedência. Não trabalhamos com produtos congelados.
Encomendas pelo e-mail francecuisine2004@yahoo.com.br, celular (51) 9609 4990 ou tel.: 3061 1323.
Confira o menu atual:
Caviar d’aubergine – 250g – R$ 13,00
Tradicional receita provençal, esta pasta é condimentada e o uso das sementes de beringela lembram a textura do caviar. Usa-se sobre pães e torradas.
Caviar de courgette à la menthe – 250g – R$ 13,00
Mesmo processo e uso do caviar de beringela, mas com base de abobrinha verde e ervas frescas como base. O sabor é mais suave e marcado pelo perfume de hortelã.
Vinaigrette de légumes au curry – 250g – R$ 13,00
Uma vinagrete com consistência para ser servida sozinha, sobre pães, cuscuz, arroz ou folhas verdes. É leve e aromática. Entre seus ingredientes estão tomate, abobrinha verde, hortelã, cebolão, aipo, curry, iogurte e limão.
Dip éxotique – 250g – R$ 15,00
Uma pasta com criação exclusiva da chef. A base é mantida em segredo e é realmente inusitada com aroma e sabor fora do comum. Os temperos incluem curry amarelo, azeite de oliva, tomilho, segurelha, alecrim, açúcar de palmeira e pimenta.
Tapenade verte – 250g – R$ 16,00
A tapenade é uma receita típica da região de Provence, no sul da França. O nome desta pasta a base de azeitonas, anchovas, alcaparras e alho, vem de tapéno, que em provençal quer dizer alcaparra (câpres em francês).
Tapenade noir – 250g – R$ 18,00
Mesma receita da tapenade verde, porém com uso de azeitonas pretas.
Terrine de campagne - 400g – R$ 30,00
Terrina é um tipo de bolo salgado tradicionalíssimo na França em que se utilizam vários tipos de carne (porco, coelho, pato), muitas ervas e temperos. O resultado é irresistível, saboroso e consistente. Sobre uma fatia de baguete acompanhado por um bom vinho é uma excelente entrada ou petisco de fim de tarde. Para muitos, já é uma refeição.
Terrine de légumes - 500g – R$ 25,00
Para quem não come carnes, está é uma opção saborosa e igualemnte tentadora. A chef utiiliza legumes da estação, condimentados com ervas frescas e assados ao forno. Pode er consumida quente ou bem fria com pães. Neste caso recomenda-se espumante ou vinho branco para acompanhar.
Quiche Lorraine - (6 unidades) - R$ 30,00
A origem da quiche lorraine data do século XVI, na cidade de Lorraine, na França. O nome é influência do "kuchen" alemão, e denomina as tortinhas doces e salgadas feitas no formato da quiche lorraine e com a massa esfarelada que, na gastronomia francesa, recebe o nome de "pâte brisée" quando salgada e "patê sucrée" quando doce. A quiche Lorraine tem recheio de creme de natas e ovos, queijo, bacon e perfume de noz moscada.
Quiche provençal - (6 unidades) - R$ 25,00
Massa "briseé" assada em forminhas com recheio de creme de leite,ovos, pimenta e noz moscada sobre alho-poró, tomate, cebolas e ervas da Provença.
Clafoutis de ameixas vermelhas (8 fatias) R$ 25,00
Clafoutis é uma sobremesa típica da culinária tradicional francesa. Meio bolo, meio pudim, é uma torta delicada que costuma ser confeccionado com cerejas. No Brasil, a chef opta pela ameixa vermelha, mantendo o constraste de sua acidez com o doce do creme. Uma delícia.
domingo, 21 de março de 2010
Mentiras que nos contaram
POR DANUZA LEÃO
Quantas mentiras nos contaram; foram tantas, que a gente bem cedo começa a acreditar e, ainda por cima, a se achar culpada por ser incompetente e sem condições de fazer da vida uma sucessão de vitórias e felicidades.
Uma das mentiras:
É a que nós, mulheres, podemos conciliar perfeitamente as funções de mãe, esposa, companheira e amante, e ainda por cima ter uma carreira profissional brilhante.
É muito simples: não podemos.
Não podemos; quando você se dedica de corpo e alma a seu filho recém-nascido, que na hora certa de mamar dorme, e que à noite, quando devia estar dormindo, chora com fome, não consegue estar bem sexy quando o marido chega, para cumprir um dos papéis considerados obrigatórios na trajetória de uma mulher moderna: a de amante.
Aliás, nem a de companheira; quem vai conseguir trocar uma idéia sobre a poluição da Baía de Guanabara se saiu do trabalho e passou no supermercado rapidinho para comprar uma massa e um molho já pronto para resolver o jantar, e ainda por cima está deprimida porque não teve tempo de fazer uma escova?
Mas as revistas femininas estão aí, querendo convencer as mulheres - e os maridos - de que um peixinho com ervas no forno com uma batatinha cozida al dente, acompanhado por uma salada e um vinhozinho branco é facílimo de fazer - sem esquecer as flores e as velas acesas, claro, e com isso o casamento continuar tendo aquele toque de glamour fun-da-men-tal para que dure por muitos emuitos anos.
- Ah, quanta mentira!
Outra grande, diz respeito à mulher que trabalha; não à que faz de conta que trabalha, mas à que trabalha mesmo.
No começo, ela até tenta se vestir no capricho, usar sapato de salto e estar sempre maquiada; mas cedo se vão as ilusões. Entre em qualquer local de trabalho pelas 4 da tarde e vai ver um bando de mulheres maltratadas, com o cabelo horrendo, a cara lavada, e sem um pingo do glamour - aquele - das executivas da Madison.
Dizem que o trabalho enobrece, o que pode até ser verdade.
Mas ele também envelhece, destrói e enruga a pele, e quando se percebe a guerra já está perdida.
Não adianta: uma mulher glamourosa e pronta a fazer todos os charmes - aqueles que enlouquecem os homens - precisa, fundamentalmente, de duas coisas: tempo e dinheiro.
Tempo para hidratar os cabelos, lembrar de tomar seus 37 radicais livres, tempo para ir à hidroginástica, para ter uma massagista tailandesa e um acupunturista que a relaxe; tempo para fazer musculação, alongamento, comprar uma sandália nova para o verão, fazer as unhas, depilação; e dinheiro para tudo isso e ainda para pagar uma excelente empregada - o que também custa dinheiro.
É muito interessante a imagem da mulher que depois do expediente vai ao toalete - um toalete cuja luz é insuportavelmente branca e fria, retoca a maquiagem, coloca os brincos, põe a meia preta que está na bolsa desde de manhã e vai, alegremente, para uma happy hour..
Aliás, se as empresas trocassem a iluminação de seus elevadores e de seus banheiros por lâmpadas âmbar, os índices de produtividade iriam ao infinito; não há auto-estima feminina que resista quando elas se olham nos espelhos desses recintos.
Felizes são as mulheres que têm cinco minutos - só cinco - para decidir a roupa que vão usar no trabalho; na luta contra o relógio o uniforme termina sendo preto ou bege, para que tudo combine sem que um só minuto seja perdido.
Mas tem as outras, com filhos já crescidos: essas, quando chegam em casa, têm que conversar com as crianças, perguntar como foi o dia na escola, procurar entender por que elas estão agressivas, por que o rendimento escolar está baixo.
E ainda tem as outras que, com ou sem filhos, ainda têm um namorado que apronta, e sem o qual elas acham que não conseguem viver. Segundo um conhecedor da alma humana, só existem três coisas sem as quais não se pode viver: ar, água e pão.
Convenhamos que é difícil ser uma mulher de verdade. Impossível, eu diria.
Parabéns para quem consegue fingir tudo isso.
Quantas mentiras nos contaram; foram tantas, que a gente bem cedo começa a acreditar e, ainda por cima, a se achar culpada por ser incompetente e sem condições de fazer da vida uma sucessão de vitórias e felicidades.
Uma das mentiras:
É a que nós, mulheres, podemos conciliar perfeitamente as funções de mãe, esposa, companheira e amante, e ainda por cima ter uma carreira profissional brilhante.
É muito simples: não podemos.
Não podemos; quando você se dedica de corpo e alma a seu filho recém-nascido, que na hora certa de mamar dorme, e que à noite, quando devia estar dormindo, chora com fome, não consegue estar bem sexy quando o marido chega, para cumprir um dos papéis considerados obrigatórios na trajetória de uma mulher moderna: a de amante.
Aliás, nem a de companheira; quem vai conseguir trocar uma idéia sobre a poluição da Baía de Guanabara se saiu do trabalho e passou no supermercado rapidinho para comprar uma massa e um molho já pronto para resolver o jantar, e ainda por cima está deprimida porque não teve tempo de fazer uma escova?
Mas as revistas femininas estão aí, querendo convencer as mulheres - e os maridos - de que um peixinho com ervas no forno com uma batatinha cozida al dente, acompanhado por uma salada e um vinhozinho branco é facílimo de fazer - sem esquecer as flores e as velas acesas, claro, e com isso o casamento continuar tendo aquele toque de glamour fun-da-men-tal para que dure por muitos emuitos anos.
- Ah, quanta mentira!
Outra grande, diz respeito à mulher que trabalha; não à que faz de conta que trabalha, mas à que trabalha mesmo.
No começo, ela até tenta se vestir no capricho, usar sapato de salto e estar sempre maquiada; mas cedo se vão as ilusões. Entre em qualquer local de trabalho pelas 4 da tarde e vai ver um bando de mulheres maltratadas, com o cabelo horrendo, a cara lavada, e sem um pingo do glamour - aquele - das executivas da Madison.
Dizem que o trabalho enobrece, o que pode até ser verdade.
Mas ele também envelhece, destrói e enruga a pele, e quando se percebe a guerra já está perdida.
Não adianta: uma mulher glamourosa e pronta a fazer todos os charmes - aqueles que enlouquecem os homens - precisa, fundamentalmente, de duas coisas: tempo e dinheiro.
Tempo para hidratar os cabelos, lembrar de tomar seus 37 radicais livres, tempo para ir à hidroginástica, para ter uma massagista tailandesa e um acupunturista que a relaxe; tempo para fazer musculação, alongamento, comprar uma sandália nova para o verão, fazer as unhas, depilação; e dinheiro para tudo isso e ainda para pagar uma excelente empregada - o que também custa dinheiro.
É muito interessante a imagem da mulher que depois do expediente vai ao toalete - um toalete cuja luz é insuportavelmente branca e fria, retoca a maquiagem, coloca os brincos, põe a meia preta que está na bolsa desde de manhã e vai, alegremente, para uma happy hour..
Aliás, se as empresas trocassem a iluminação de seus elevadores e de seus banheiros por lâmpadas âmbar, os índices de produtividade iriam ao infinito; não há auto-estima feminina que resista quando elas se olham nos espelhos desses recintos.
Felizes são as mulheres que têm cinco minutos - só cinco - para decidir a roupa que vão usar no trabalho; na luta contra o relógio o uniforme termina sendo preto ou bege, para que tudo combine sem que um só minuto seja perdido.
Mas tem as outras, com filhos já crescidos: essas, quando chegam em casa, têm que conversar com as crianças, perguntar como foi o dia na escola, procurar entender por que elas estão agressivas, por que o rendimento escolar está baixo.
E ainda tem as outras que, com ou sem filhos, ainda têm um namorado que apronta, e sem o qual elas acham que não conseguem viver. Segundo um conhecedor da alma humana, só existem três coisas sem as quais não se pode viver: ar, água e pão.
Convenhamos que é difícil ser uma mulher de verdade. Impossível, eu diria.
Parabéns para quem consegue fingir tudo isso.
domingo, 14 de março de 2010
Use sal grosso em tudo
Um ingrediente fundamental na cozinha é o sal grosso. Eu uso em tudo, até pra temperar a salada no prato, desde que ganhei um saleirinho maravilhoso da minha cliente Janilce de Almeida. Ele mói o sal na hora, igual aos moedores de pimenta, é tudo de bom. O sal grosso é muito mais saudável do que o sal refinado e dá outro sabor a qualquer assado.
Experimente esse frango, super fácil, e comprove a diferença de sabor. É muito importante não deixar o frango ressecar. Cuide a consistência pra tirar do forno ainda úmido. Compre frango caipira, tem nos supermercados na seção de congelados. Eu compro sempre num mercadinho perto da escola do meu filho, o Perini. Você pode fazer a mesma receita com galeto ou até com um peito de frango com osso, se quiser em menor quantidade. Mas eu acho sempre vantagem já fazer o frango inteiro, é mais econômico e você pode congelar o que sobrar e depois usar num risoto ou numa sopa.
Experimente esse frango, super fácil, e comprove a diferença de sabor. É muito importante não deixar o frango ressecar. Cuide a consistência pra tirar do forno ainda úmido. Compre frango caipira, tem nos supermercados na seção de congelados. Eu compro sempre num mercadinho perto da escola do meu filho, o Perini. Você pode fazer a mesma receita com galeto ou até com um peito de frango com osso, se quiser em menor quantidade. Mas eu acho sempre vantagem já fazer o frango inteiro, é mais econômico e você pode congelar o que sobrar e depois usar num risoto ou numa sopa.
1 frango caipira inteiro
Ramos pequenos de alecrim
Sal grosso
Cebolinhas inteiras cruas, descascadas
Batatinhas cruas com casca
Batatinhas cruas com casca
MODO DE FAZER
Tempere o frango com o sal grosso, esfregando bem todo ele, por cima da pele e por dentro da cavidade do osso do peito.
Explore as dobras entre os membros e acomode ali ramos de alecrim e por baixo da pele em diferentes partes e por dentro do corpo do frango.
Recheie a cavidade do bicho com as cebolinhas inteiras cruas. Leve ao forno recém aquecido com a parte da pele do peito para baixo. Acrescente as batatinhas cruas na forma em torno do frango. Asse por 50 minutos aproximadamente e vire. Termine de assar até ficar bem dourado. Você vai desprezar a pele, mas se não resistir, prove apenas um pedacinho, pois a pele tem muito colesterol. Retire as cebolas de dentro do frango antes de servir e as desmanche com o garfo e tempere com pimenta moída na hora, suco de limão e azeite de oliva extra-virgem.
Acompanhe de salada de folhas verdes e um bom Chardonnay.
sábado, 27 de fevereiro de 2010
Duas fêmeas na montanha
Estendida de bruços sobre a toalha felpuda, Carol sentiu a pressão da pedra nos seios macios e nas coxas doloridas. Absorveu a sensação agradável do chão aquecido no corpo esguio. Balançou com gosto a bunda pra lá e pra cá, pra cá e pra lá, experimentando os ossos da pélvis que lhe protegiam o sexo.
Os raios de sol abrasavam da nuca aos pés. Ajeitou o cabelo longo dentro do chapéu de palha e alternou mais uma vez a face apoiada sobre as mãos. Ora admirava o horizonte cravado de pinheiros, ora se divertia com os tico-ticos se banhando na fonte do jardim. Fechou os olhos e se entregou à carícia do vento que amenizava a inclemência do sol das montanhas. Suspirou de satisfação e buscou na dor nos quadris as emoções da noite anterior, uma dor gostosa, como a que sentia depois de cavalgar o tobiano, saudosa, no primeiro dia das férias na fazenda – a vulva pulsou com a lembrança dos movimentos que forçaram seus músculos.
Reviveu a ducha na madrugada; a felicidade de se admirar nua no espelho do banheiro com o homem de ombros largos colado nas suas costas, lhe acarinhando os mamilos intumescidos; as mãos dele descendo pela sua cintura fina, os dedos compridos como os de um pianista indo brincar com os seus pêlos pubianos; a água no cabelo escorrendo até o início das nádegas, onde ele lambeu as gotas fugidias, e subiu lhe mordiscando pelas ondulações das costas até a orelha direita, que abrigou a língua nervosa; os olhares se invadindo dentro do espelho; o rastro molhado no chão do quarto; ele a deitando novamente na cama e abrindo suas pernas, a penetrando com urgência e a girando por cima do seu corpo; e de como se embalou e se aproximou e se afastou, presa a ele na união sagrada de um homem e uma mulher; até quando gemeram, exauridos na batalha de carícias.
Entregou-se ali no jardim ao prazer da noite de orgasmos há tanto adormecidos. Enlevou-se com a sensação de quase poder revivê-los em contato com o chão quente. Longos minutos, de arrepios múltiplos, até abrir os olhos e avistar, cerca de meio metro a seu lado, o inseto.
Ele media em torno de um centímetro, tão verdinho quanto as folhas em brotação. Peregrinava na direção do seu rosto, vagaroso e absorto como um turista desavisado no calçadão de Copacabana. Veio se aproximando e, de repente, se deteve. Alisou o ínfimo fuço com a patinha dianteira esquerda, repetidas vezes, depois usou a direita e, na seqüência, empreendeu um balé contorcionista com as patinhas traseiras deslizando pelas asas. Então se pôs novamente em movimento, até quase a ponto de subir no cotovelo de Carol. Parou com a vista de algo disforme que se erguera à frente – a cabeça dela no chapéu de abas largas. Os olhinhos pareciam dois pontinhos marcados com Bic escrita fina. As antenas, que vinham oscilantes como os últimos fios de cabelo numa careca, empinaram-se a 90o – ele estava agora totalmente alerta. Ficou assim, imóvel, durinho, a mirar o obstáculo de 169 centímetros no seu trajeto. Carol também permaneceu tesa, muito quieta, com a cabeça firme sem mexer um milímetro, torcendo que o inseto não voasse. Queria desfrutar mais um instante de olhos nos olhos com ele. Ou seria com ela?
Sorriu, divertida com seus pensamentos: gostaria que o inseto fosse do sexo feminino e tivesse tido uma noite tão divina como a sua. Seriam, então, duas fêmeas no auge da sexualidade a gozar o sol poderoso das montanhas.
Os raios de sol abrasavam da nuca aos pés. Ajeitou o cabelo longo dentro do chapéu de palha e alternou mais uma vez a face apoiada sobre as mãos. Ora admirava o horizonte cravado de pinheiros, ora se divertia com os tico-ticos se banhando na fonte do jardim. Fechou os olhos e se entregou à carícia do vento que amenizava a inclemência do sol das montanhas. Suspirou de satisfação e buscou na dor nos quadris as emoções da noite anterior, uma dor gostosa, como a que sentia depois de cavalgar o tobiano, saudosa, no primeiro dia das férias na fazenda – a vulva pulsou com a lembrança dos movimentos que forçaram seus músculos.
Reviveu a ducha na madrugada; a felicidade de se admirar nua no espelho do banheiro com o homem de ombros largos colado nas suas costas, lhe acarinhando os mamilos intumescidos; as mãos dele descendo pela sua cintura fina, os dedos compridos como os de um pianista indo brincar com os seus pêlos pubianos; a água no cabelo escorrendo até o início das nádegas, onde ele lambeu as gotas fugidias, e subiu lhe mordiscando pelas ondulações das costas até a orelha direita, que abrigou a língua nervosa; os olhares se invadindo dentro do espelho; o rastro molhado no chão do quarto; ele a deitando novamente na cama e abrindo suas pernas, a penetrando com urgência e a girando por cima do seu corpo; e de como se embalou e se aproximou e se afastou, presa a ele na união sagrada de um homem e uma mulher; até quando gemeram, exauridos na batalha de carícias.
Entregou-se ali no jardim ao prazer da noite de orgasmos há tanto adormecidos. Enlevou-se com a sensação de quase poder revivê-los em contato com o chão quente. Longos minutos, de arrepios múltiplos, até abrir os olhos e avistar, cerca de meio metro a seu lado, o inseto.
Ele media em torno de um centímetro, tão verdinho quanto as folhas em brotação. Peregrinava na direção do seu rosto, vagaroso e absorto como um turista desavisado no calçadão de Copacabana. Veio se aproximando e, de repente, se deteve. Alisou o ínfimo fuço com a patinha dianteira esquerda, repetidas vezes, depois usou a direita e, na seqüência, empreendeu um balé contorcionista com as patinhas traseiras deslizando pelas asas. Então se pôs novamente em movimento, até quase a ponto de subir no cotovelo de Carol. Parou com a vista de algo disforme que se erguera à frente – a cabeça dela no chapéu de abas largas. Os olhinhos pareciam dois pontinhos marcados com Bic escrita fina. As antenas, que vinham oscilantes como os últimos fios de cabelo numa careca, empinaram-se a 90o – ele estava agora totalmente alerta. Ficou assim, imóvel, durinho, a mirar o obstáculo de 169 centímetros no seu trajeto. Carol também permaneceu tesa, muito quieta, com a cabeça firme sem mexer um milímetro, torcendo que o inseto não voasse. Queria desfrutar mais um instante de olhos nos olhos com ele. Ou seria com ela?
Sorriu, divertida com seus pensamentos: gostaria que o inseto fosse do sexo feminino e tivesse tido uma noite tão divina como a sua. Seriam, então, duas fêmeas no auge da sexualidade a gozar o sol poderoso das montanhas.
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